Ao director da EGAP Pablo Figueroa:
Há formas e jeitos, e a forma e o jeito final de como é tratado, por parte da EGAP, o dia das letras galegas do 2010, e dizer, o que se passa este ano, fala infelizmente mal da Escola e de como esta se toma o assunto da língua e da cultura galegas. Nom esqueçamos que nom falamos dumha entidade qualquer da Galiza, senom da entidade que de acordo a Lei 3/1983 de normalizaçom linguística, tem, de conformidade ao seu artigo 24, umha alta responsabilidade com a língua da Galiza, inseparável dos feitos culturais com ela conexos.
Artigo 24 |
Desde há mais de vinte anos, desde os seus primórdios, a EGAP realizava todos os anos unha programaçom específica conectada com o dia das letras galegas, com jornadas sobre algum aspecto ligado á data em dias próximos, com conferencias de prestigiosos e/ou mui interessantes conferencistas neste campo, que supunham engadir valor, além de para os partícipes, na imagem que de prestígio e compromisso, tem que possuir a EGAP..
A EGAP, além disso, estabeleceu o costume, de no dia 17 de maio fazer-se na escola, umha jeira de actividades especiais, jeira estabelecida quando nom era festivo esse dia e logo transformada em actos lúdicos ligado à personagem ou personagens a quem estava dedicado esse dia, ou dum jeito tal, que se punham em valor, de forma lúdica, aspectos muito interessantes da nossa língua e cultura.
Suponho que che é facilmente perceptível que o dia das letras é um dia ligado a valorizaçom da língua, esse campo para o que a EGAP tem mandato imperativo, e algo que tem que ser a essência do compromisso da EGAP com este país e a sua administraçom à que serve. Penso que nom valem justificações de mal pagador, de falta de recursos, de vontade de aforro, cousas que este membro do Conselho reitor valora na sua justa medida, mas nom é justificaçom quando esse mesmo critério nom se estende a outras áreas onde se esbanjam dinheiros da EGAP com critérios, permite-me que qualifique de duvidosos.
Na minha carreira profissional administrativa e civil, levo muitos anos fazendo mui plurais actividades, entre elas organizar congressos, simpósios, trocas de alunos, organizando formaçom... E podo-te assegurar que alguns dos mais importantes congressos sobre a língua na Galiza, congressos desses que seguem sendo referencia internacional, fizeram-se com muitos poucos dinheiros por entidades privadas da sociedade civil galega, nas que tivem e tenho o prazer de ocupar postos directivos. Estou seguro que as gentes que bem seguro participariam na jeira lúdico-cultural, estavam bem dispostas a colaborar nas despesas fazendo frente a questões como o jantar e outras, mas desde essa escola nom se explorou essa possibilidade, -simplesmente baniu-se; e tampouco este membro do Conselho recebeu nenhum pedido de sugestão para ajudar a arranjar essas actividades conexas, cousa que sim se tinha produzido com outras governanças na escola.
Infelizmente Pablo, isto do dia das letras nom é um feito excepcional, a cada passo e sob a presente governança, a língua e cultura galegas sofre um processo de marginaçom manifesto, e isso nom é simplesmente umha decisom “política” é um roubo.
Vou-me explicar, a língua galega supom o 5% do PIB galego, e muito mais poderia significar se se tratar de outro jeito -nada radical por certo- nos termos que propomn o Conselho de Europa no seu último informe, -ao que deu forma um conservador alemám- ou nos informes da Unesco. E a actividade cultural galega conexa com a língua supom neste momento aproximadamente o 12% do PIB. Os dados procedem dum informe entregue ao actual governo autonómico por essa instituiçom consultiva da nossa autonomia -asim estabelecida no nosso Estatuto- que é o Conselho da Cultura. Soma-os e surpreende-te
Estamos ante umha crise económica, que o ano passado deu lugar a umha descida da nossa riqueza, (a soma dos bens e produtos produzidos num ano). Essa descida nom ultrapassava muito o 2 per cento do nosso PIB, e os resultados seguro que che som facilmente perceptíveis ao serem bastante terríveis.
Nom cuidar as formas em datas que tem que ser simbólicas e que som chave no jeito de olharmo-nos. O desrespeito aos mandatos legais, Lei de normalizaçom, Carta europeia das línguas minoradas...desrespeito que é radicalmente contrário ao mandato do artigo 9.1 da Constituiçom, e além disso neste caso, tamém à capacidade deste pais autonómico nosso, de gerar cultura e vende-la. A língua som dinheiros no peto, e pensa só em que aos galegos e galegas a nossa língua abre-nos mercados nada desprezíveis.
Todo o que nom se fazer nesta matéria nom é um aforro, é um roubo -económico com todas as letras-, é esbanjar a nossa riqueza.
Os seres humanos somos quem de aproveitarmo-nos do trabalho das gerações passadas. O legado cultural e a riqueza que nos legaram, nos temos a obriga de deixá-la para o futuro acrescida, como bons administradores.
Acredito que as galegas e galegos temos direitos a nom sermos roubados polas nossas autoridades a qualquer nível, e sim, que elas sejam os guias firmes deste povo, sejam cais forem e as suas ideias políticas.
A EGAP com feitos assim, está claro que anda a trabalhar ao contrário.
Alexandre Banhos Campo
representante da CIG no Conselho reitor da EGAP